A Netflix confirmou o uso de inteligência artificial (IA) na produção de efeitos visuais para sua série original argentina ‘O Eternauta’, um drama pós-apocalíptico. A revelação, feita durante uma teleconferência sobre os resultados financeiros da empresa, reacendeu o debate sobre o papel da IA na indústria do entretenimento e suas implicações para os profissionais criativos.
Segundo Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, a equipe de ‘O Eternauta’ precisava de uma sequência com um prédio em colapso para um momento crucial da história. Em vez de recorrer a uma empresa tradicional de efeitos visuais, eles optaram por ferramentas de IA generativa. Sarandos afirmou que o uso da IA permitiu alcançar um resultado impressionante com uma velocidade notável, completando a sequência dez vezes mais rápido do que com os métodos tradicionais.
Apesar dos ganhos em eficiência e custos, a utilização de IA generativa na produção audiovisual tem gerado preocupação na comunidade criativa de Hollywood. A questão já está no radar do SAG-AFTRA, o sindicato dos atores, e promete ser um ponto de discussão em futuras negociações da indústria. O caso de ‘O Eternauta’ marca a primeira vez que a Netflix assume publicamente o uso de IA generativa em uma produção original, e a expectativa é que a tecnologia seja cada vez mais utilizada, inclusive para a inserção de anúncios personalizados em 2026, o que pode intensificar o debate sobre o futuro do trabalho e a valorização da criatividade humana no setor.
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