A diretora Eliza McNitt defende o uso da Inteligência Artificial como uma ferramenta criativa valiosa, especialmente em seu mais recente curta-metragem, ‘Ancestra’. O filme combina filmagens tradicionais com mídias geradas por IA para narrar uma história profundamente pessoal sobre seu próprio nascimento traumático. McNitt colaborou com o Google Deepmind e o estúdio Primordial Soup de Darren Aronofsky para explorar as possibilidades da IA na expressão artística.
Em ‘Ancestra’, a emoção genuína da atuação humana confronta a artificialidade das imagens geradas por IA, criando uma experiência dramática singular. O filme retrata um atendimento pré-natal de rotina que se transforma em um parto de emergência, com a personagem principal (interpretada por Audrey Corsa) refletindo sobre a conexão entre seu filho e todos os seres vivos do universo. A obra intercala a performance de Corsa com filmagens geradas por IA e macro/microfotografia, culminando em uma cena onde a IA do Google insere um bebê no colo da atriz, criando uma imagem que se assemelha a McNitt quando criança.
Apesar do potencial criativo, a utilização de IA levanta questões importantes sobre direitos autorais e a ética do uso de conteúdo preexistente para treinar modelos de IA. McNitt argumenta que cabe a cada artista decidir como usar essas ferramentas, e que, no caso de ‘Ancestra’, a IA foi essencial para alcançar resultados que seriam difíceis ou antiéticos de outra forma, como a criação de um bebê gerado por computador que se parecesse com ela. Ela enfatiza a importância de manter os humanos no centro das narrativas, defendendo que a essência da humanidade só pode ser capturada por seres humanos. McNitt também colaborou com diversos artistas para criar o som, as imagens e a mídia de IA em ‘Ancestra’, destacando que o uso da IA não deve substituir o trabalho e a criatividade humana.
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