Sunday Best: Documentário da Netflix Recontextualiza Ed Sullivan na Luta por Direitos Civis

O documentário Sunday Best, disponível na Netflix, do falecido cineasta Sacha Jenkins, oferece uma nova perspectiva sobre a influência de Ed Sullivan, apresentador de um programa de variedades de grande sucesso nos Estados Unidos, no movimento dos direitos civis. O filme argumenta que Sullivan, através de seu programa, desafiou as normas raciais da época, apresentando artistas negros a um público amplo e diversificado.

A produção utiliza uma combinação de depoimentos de personalidades como Ringo Starr, Wanda Sykes e Smokey Robinson, juntamente com performances musicais icônicas do The Ed Sullivan Show. Uma inovação tecnológica interessante é o uso de inteligência artificial para recriar a voz de Sullivan, permitindo que ele narre trechos de seus próprios escritos e colunas. Essa técnica, embora um pouco artificial, adiciona uma camada interessante à narrativa, permitindo que o próprio Sullivan conte sua história e mostre sua suposta visão de igualdade.

O documentário explora momentos específicos em que Sullivan desafiou o racismo e a segregação, como sua defesa de Harry Belafonte, mesmo quando o artista foi colocado na lista negra por ser considerado comunista. Também mostra como o programa apresentou artistas da Motown para o público americano, ajudando a quebrar barreiras raciais na música. Sunday Best argumenta que Sullivan não apenas ofereceu uma plataforma para artistas negros, mas também desempenhou um papel ativo na promoção da igualdade racial em uma época de grande turbulência social. No entanto, o filme também levanta questões sobre a necessidade de artistas negros se apresentarem de uma forma palatável para o público branco, o que pode ser visto como uma forma de apagamento cultural.

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