Astrônomos fizeram uma descoberta surpreendente no universo distante: estruturas exóticas conhecidas como ‘relíquias de rádio’. Estas formações luminosas, em formato de arcos, são o resultado de ondas de choque poderosas que se propagam através do gás quente presente em aglomerados de galáxias. O evento cósmico que deu origem a essas relíquias é nada menos que uma colisão entre dois grupos inteiros de galáxias, um fenômeno de proporções épicas.
O aglomerado de galáxias em questão, catalogado como PSZ2 G181.06+48.47, reside a aproximadamente 963 milhões de anos-luz da Terra. A equipe de pesquisa, utilizando o Giant Metrewave Radio Telescope na Índia e o Very Large Array no Novo México, conseguiu capturar imagens detalhadas dessas relíquias. A distância entre os arcos de energia é estimada em 11 milhões de anos-luz, cerca de 100 vezes o diâmetro da nossa própria Via Láctea, tornando esta a maior separação já observada entre relíquias de rádio.
Liderada por Kamlesh Rajpurohit, do Harvard & Smithsonian Center for Astrophysics, a equipe acredita que as relíquias se formaram a partir de ondas de choque geradas pela colisão entre os dois aglomerados. Curiosamente, as relíquias não são idênticas. O arco mais ao norte se mostra mais brilhante e polarizado, enquanto o do sul exibe uma forma fantasmagórica e um padrão de energia que sugere uma onda de choque ainda mais intensa. A descoberta também revelou um brilho tênue no centro do aglomerado, possivelmente um ‘halo de rádio’, originado pela turbulência causada pelo choque cósmico. A expectativa é que o Square Kilometre Array, atualmente em construção na África do Sul e Austrália, revolucione a detecção desses fenômenos, revelando muitos outros aglomerados com relíquias no futuro.
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