ONU Busca Acordo Global para Combater a Poluição Plástica: Avanços e Desafios

A poluição plástica é um problema global crescente, com impactos devastadores no meio ambiente e na saúde humana. Em 2022, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu um comitê com a ambiciosa tarefa de negociar um acordo global juridicamente vinculativo para enfrentar essa crise. O tratado visa abordar todo o ciclo de vida dos plásticos, desde a produção até o descarte, definindo o que constitui poluição plástica e restringindo a produção descontrolada que leva a ela.

No entanto, as negociações têm se mostrado complexas e desafiadoras. Após cinco sessões, os países ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre o texto do tratado. Um dos principais pontos de discórdia é o escopo do acordo. Alguns países defendem que o tratado deve se concentrar na gestão de resíduos plásticos, enquanto outros insistem em abordar a produção de plásticos virgens e o uso de produtos químicos nocivos. A definição de ‘poluição plástica’ também é motivo de debate, com diferentes interpretações sobre onde o ciclo de vida dos plásticos realmente começa.

Além das divergências entre os países membros, a influência de lobistas da indústria petroquímica e de plásticos tem sido uma barreira significativa ao progresso. Organizações como o Centro para o Direito Internacional Ambiental (CIEL) apontam que o número de lobistas presentes nas reuniões de negociação supera o de cientistas, o que levanta preocupações sobre a priorização de interesses econômicos em detrimento da saúde pública e da sustentabilidade ambiental. A próxima rodada de negociações, INC-5.2, em Genebra, na Suíça, será crucial para determinar se um acordo ambicioso e eficaz poderá ser alcançado. A urgência da situação é inegável, com a produção global de plástico em níveis alarmantes e a presença de microplásticos em todos os cantos do planeta, inclusive na Antártida. A comunidade científica tem alertado para os graves riscos à saúde associados à exposição a produtos químicos presentes nos plásticos, incluindo o aumento do risco de doenças crônicas como câncer e infertilidade. A expectativa é que os países membros da ONU priorizem a saúde pública e a proteção do meio ambiente, buscando um tratado que realmente possa conter a epidemia de poluição plástica. Alcançar um acordo robusto é essencial para proteger as gerações futuras e garantir um planeta mais saudável e sustentável.

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