O aplicativo ICEBlock, que permite aos usuários marcar no mapa a localização de agentes de imigração (ICE), alcançou o topo das paradas da App Store nos Estados Unidos. Esse crescimento exponencial ocorre após críticas de autoridades governamentais e cobertura da CNN, ironicamente aumentando a visibilidade e o número de downloads do app.
Desenvolvido por Joshua Aaron, o ICEBlock surgiu como resposta às políticas de imigração do governo Trump. O aplicativo permite que os usuários adicionem pins no mapa para indicar onde agentes do ICE foram vistos, juntamente com notas sobre o que estavam vestindo ou o tipo de veículo que dirigiam. Usuários dentro de um raio de cinco milhas do avistamento recebem um alerta. Aaron afirma que o aplicativo já contava com 20.000 usuários antes da polêmica, muitos deles residentes de Los Angeles, uma área com histórico de ações do ICE.
A popularidade do ICEBlock atraiu críticas severas. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, chegou a sugerir que a cobertura da CNN sobre o aplicativo incentivava a violência contra agentes do ICE. O diretor interino do ICE, Todd M. Lyons, também divulgou uma declaração condenando o aplicativo, alegando que ele coloca os agentes da lei federal em risco. A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, e a procuradora-geral Pam Bondi, indicaram que o governo está investigando Aaron, sugerindo possíveis consequências legais para o desenvolvedor. Aaron, por sua vez, garante que o ICEBlock não coleta dados pessoais dos usuários, como IDs de dispositivos ou endereços IP, informação que foi confirmada por testes independentes. O aplicativo está disponível apenas para iOS, pois a versão para Android exigiria a coleta de dados que poderiam comprometer a privacidade dos usuários.
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