A inteligência artificial (IA) está cada vez mais presente em diversas áreas de nossas vidas, e infelizmente, nem sempre para o bem. Uma tendência preocupante que vem ganhando destaque é a utilização de IA para a criação de obituários online automatizados, explorando a dor e o luto das famílias com o objetivo de gerar receita.
Essa prática, apelidada de ‘roubo de sepulturas digital’, consiste em coletar informações de necrologios reais disponíveis online e usá-las para criar versões ‘otimizadas’ com o uso de IA. O objetivo é atrair cliques e gerar receita publicitária a partir da comoção e do interesse das pessoas em homenagear seus entes queridos. Em muitos casos, essas versões automatizadas são superficiais, insensíveis e até mesmo imprecisas, transformando a memória de uma pessoa em um mero produto comercial.
O problema se agrava quando consideramos a falta de regulamentação e a dificuldade em rastrear e responsabilizar os responsáveis por essas práticas. A monetização do luto expõe o lado sombrio dos memoriais online, onde a busca por cliques e engajamento se sobrepõe ao respeito e à dignidade dos falecidos e de suas famílias. É crucial estarmos atentos a essa tendência e exigir maior transparência e ética na forma como a IA é utilizada em contextos tão sensíveis como o luto e a memória.
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