A gigante chinesa de telecomunicações Huawei terá que responder a acusações criminais nos Estados Unidos, conforme decisão de um juiz. O caso, que se arrasta desde 2019, acusa a empresa de tentar roubar segredos comerciais de rivais americanas e de vender equipamentos de vigilância ao Irã, em violação às sanções comerciais impostas por Washington. O julgamento está previsto para maio de 2026.
A juíza distrital Ann Donnelly considerou que as evidências apresentadas na acusação são suficientes para refutar a tentativa da Huawei de arquivar o caso. A decisão de 52 páginas detalha as alegações de que a empresa se envolveu em atividades de extorsão, roubo de segredos comerciais de seis empresas e fraude bancária, ao enganar instituições financeiras sobre suas operações no Irã. As acusações relacionadas ao Irã giram em torno do suposto controle da Huawei sobre uma empresa sediada em Hong Kong, chamada Skycom, que mantinha negócios no país. Segundo a acusação, a Skycom operava como uma subsidiária iraniana da Huawei e se beneficiava de transferências de dinheiro através do sistema financeiro americano.
A Huawei se declarou inocente e tentou derrubar 13 das 16 acusações, alegando ser um “alvo de acusação em busca de um crime”. As restrições impostas pelo governo americano em 2019, sob alegações de preocupações com a segurança nacional, impactaram a capacidade da Huawei de manter sua participação no mercado global. Diante desse cenário, a empresa intensificou o desenvolvimento de seus próprios chips e tecnologias relacionadas, além de redirecionar seu foco para o mercado chinês. A batalha legal entre a Huawei e o governo dos EUA representa um ponto de tensão nas relações sino-americanas, com autoridades chinesas acusando Washington de “bullying econômico” e de usar a segurança nacional como pretexto para prejudicar empresas chinesas.
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