GTA VI e a Representatividade LGBTQIA+: Uma Análise Crítica

O lançamento do trailer de Grand Theft Auto VI gerou grande expectativa, e entre a comunidade LGBTQIA+, um dos protagonistas, Jason, rapidamente se tornou um ícone. No entanto, por trás da empolgação, surge uma discussão importante sobre a história da franquia em relação à representatividade e ao tratamento de personagens LGBTQIA+.

Apesar da recente onda de memes e da idealização de Jason como um símbolo gay, é crucial lembrar que a série Grand Theft Auto nem sempre foi uma aliada da comunidade queer. No passado, a franquia perpetuou estereótipos prejudiciais, especialmente em relação a pessoas transgênero, com GTA V inclusive permitindo atos de violência contra personagens trans. É importante questionar se a idealização de GTA VI como um espaço acolhedor para a comunidade LGBTQIA+ não seria uma forma de ‘gaslighting’, distorcendo a realidade do histórico da série.

Estudos apontam que, em GTA, personagens pertencentes a grupos oprimidos frequentemente servem como alívio cômico, enquanto homens cisgêneros e heterossexuais raramente são retratados de forma negativa. A predominância de fantasias de poder masculinas heteronormativas, com uma pitada de humor adolescente, continua sendo a marca registrada da série. Embora o DLC The Ballad of Gay Tony para GTA IV tenha sido bem recebido por apresentar um personagem queer, a Rockstar Games não retomou essa abordagem em jogos posteriores, reforçando a necessidade de uma análise crítica sobre a representatividade na franquia. Além disso, dados recentes revelam a falta de diversidade dentro da Rockstar Games, com mulheres ocupando uma parcela pequena dos cargos mais altos e disparidades salariais significativas.

Enquanto aguardamos o lançamento de GTA VI, é fundamental manter um olhar crítico sobre como a representatividade LGBTQIA+ será abordada, evitando expectativas irreais e combatendo apropriações indevidas por grupos que promovem discursos de ódio. O ideal é que os jogadores busquem e apoiem jogos que ofereçam representações positivas e autênticas da comunidade LGBTQIA+.

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