CRISPR: A Edição Genética que Pode Barrar a Malária nos Mosquitos

A tecnologia CRISPR, que revolucionou a edição genética, está mostrando um potencial surpreendente na prevenção de doenças. Cientistas descobriram uma maneira de utilizar o CRISPR para editar um único gene em mosquitos, tornando-os incapazes de transmitir a malária, uma doença que ainda causa centenas de milhares de mortes anualmente. Essa descoberta, publicada na revista Nature, representa um avanço significativo na luta contra essa enfermidade.

O método desenvolvido por pesquisadores das universidades UC San Diego, Johns Hopkins e UC Berkeley, altera um aminoácido específico nos mosquitos. Ao modificar esse aminoácido, os mosquitos ainda podem ser infectados com o parasita da malária, mas são impedidos de transmiti-lo para outros hospedeiros. O aminoácido indesejável, conhecido como L224, auxilia o parasita a alcançar as glândulas salivares do mosquito, de onde pode infectar humanos. A substituição desse aminoácido por uma versão benigna, chamada Q224, bloqueia a chegada do parasita às glândulas salivares.

Um dos aspectos mais promissores dessa abordagem é que a alteração genética não afeta a saúde ou a capacidade reprodutiva dos mosquitos. Isso permitiu que os pesquisadores criassem uma técnica para que a prole dos mosquitos herde o alelo Q224 e o dissemine através de suas populações, interrompendo a transmissão do parasita da malária em larga escala. Essa estratégia inovadora, que utiliza as próprias ferramentas genéticas da natureza, oferece uma nova esperança no controle da malária e demonstra o poder da edição genética no combate a doenças globais. A esperança é que, no futuro, mosquitos geneticamente modificados possam ser liberados na natureza para reduzir drasticamente os casos de malária.

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