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A experiência de escrita no novo Kindle Scribe me causou uma estranha sensação nostálgica. Depois de passar dias escrevendo à mão partes desta análise, experimentei uma sensação que não sentia desde a adolescência. A necessidade de anotar pensamentos e listas sempre esteve presente, mas nunca havia dedicado mais de 15 minutos a escrever manualmente. Os novos recursos de IA do Kindle Scribe parecem direcionados para aqueles que trabalham em textos mais longos que precisam ser compartilhados.
As ferramentas de Resumo e Refinamento para anotações, por exemplo, permitem encurtar e organizar a escrita, facilitando o envio para outras pessoas. As outras melhorias na experiência de escrita se concentram na anotação de livros eletrônicos. Na parte externa, a Amazon fez ajustes sutis nas bordas, alterando as cores para um retângulo branco ao redor da tela, com uma coluna verde-azulada na lateral (cinza escuro na versão “tungstênio”). A nova caneta Premium possui uma ponta emborrachada que simula uma borracha. O botão de atalho personalizável permite ativar rapidamente diferentes funções, como caneta, marca-texto, borracha e notas adesivas.
O recurso Active Canvas, que permite escrever em ebooks, teve uma implementação um pouco problemática. Apesar da promessa de um sistema melhorado, o software apresentou alguns bugs, como a persistência de caixas de anotação mesmo após o comando de exclusão e o acionamento não intencional do recurso durante o sublinhado de textos. Apesar desses problemas, o Active Canvas, quando funcionando corretamente, permite redimensionar a caixa de texto e o texto se ajusta automaticamente. Essa melhoria facilita a anotação, mas há a limitação de compatibilidade apenas com alguns títulos e a possibilidade de acionamento acidental durante o sublinhado.
As funcionalidades de IA generativa, Resumo e Refinamento, mostraram-se mais eficazes em notebooks. Essas ferramentas utilizam processamento em nuvem para gerar resumos ou versões mais limpas de textos manuscritos. O tempo de processamento varia de 10 a 15 segundos dependendo do tamanho do texto. O sistema demonstrou capacidade de organização, mesmo com anotações desordenadas. Contudo, a precisão da ferramenta Refine depende da legibilidade da caligrafia. A impossibilidade de editar o resultado gerado limita a utilidade prática da ferramenta, o que torna a sua real utilidade questionável, principalmente considerando que outras empresas oferecem funcionalidades semelhantes.
No geral, o Kindle Scribe 2 oferece uma boa experiência de escrita e leitura. A tela de 10,2 polegadas é confortável, e a caneta é responsiva. Entretanto, a fixação magnética da caneta é precária, e a ausência de edição de notebooks no aplicativo móvel são pontos negativos. Apesar dessas limitações, o Kindle Scribe 2, e o modelo anterior, permanecem como ótimas opções de leitores eletrônicos, especialmente para usuários do ecossistema Amazon. A questão central é se as melhorias e a nova IA justificam o acréscimo de custo em relação ao modelo anterior.
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