Prever tempestades geomagnéticas, causadas por ejeções de plasma solar, é crucial para proteger infraestruturas críticas, como redes de energia. Em 1989, uma forte tempestade solar causou um apagão de nove horas na província canadense de Québec. Recentemente, uma tempestade similar, mas com impactos minimizados devido à preparação aprimorada, demonstrou a importância de sistemas de previsão eficazes.
A NASA e a IBM colaboraram no desenvolvimento de uma solução inovadora: Surya, um modelo de inteligência artificial de código aberto projetado para prever o clima espacial. Batizado com a palavra sânscrita para o Sol, Surya foi treinado utilizando nove anos de imagens de alta resolução obtidas pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da NASA. Este observatório espacial tem monitorado o Sol continuamente desde 2010, fornecendo uma vasta quantidade de dados para o treinamento do modelo de IA.
Surya utiliza aprendizado de máquina para analisar e interpretar imagens solares, buscando padrões que permitam prever eventos como erupções solares. Em testes preliminares, o modelo demonstrou uma precisão 16% superior aos sistemas anteriores na previsão de erupções solares nas próximas 24 horas. Além disso, Surya é capaz de gerar visualizações preditivas de como o Sol poderá se comportar em um futuro próximo, com uma precisão de até duas horas à frente, utilizando dados do ciclo solar mais recente. Essa capacidade de previsão, mesmo que de curto prazo, pode ser extremamente valiosa para empresas de energia e outros provedores de infraestrutura, permitindo ajustes preventivos em suas operações. O modelo, com 366 milhões de parâmetros, também foi projetado para ser executado em hardware menos potente, tornando-o acessível a uma gama maior de usuários.
A disponibilidade de Surya como um modelo de código aberto significa que cientistas e organizações em todo o mundo podem utilizá-lo, adaptá-lo e aprimorá-lo, impulsionando ainda mais a pesquisa e o desenvolvimento na área de previsão do clima espacial. A colaboração entre a NASA e a IBM demonstra o poder da parceria entre agências governamentais e empresas privadas para o avanço da ciência e da tecnologia, beneficiando a sociedade como um todo.
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