Uma recente entrevista com o capitalista de risco Peter Thiel gerou controvérsia ao abordar o progresso da pesquisa sobre a doença de Alzheimer. Thiel afirmou que ‘não houve progresso em 40 a 50 anos’ no tratamento da doença, uma declaração que foi rapidamente contestada por especialistas na área.
De acordo com o professor Sterling Johnson, da Universidade de Wisconsin-Madison, essa afirmação é imprecisa. Ele aponta que, nas últimas duas décadas, avanços significativos foram feitos na identificação precoce da doença. ‘Desenvolvemos marcadores que nos ajudam a identificar quando esta doença começa, usando marcadores amiloides e biomarcadores tau. Sabemos que a doença realmente começa 20 anos antes dos sintomas’, explica Johnson, enfatizando a importância desse conhecimento para a prevenção.
Embora ainda não exista cura para o Alzheimer, a pesquisa tem avançado. Os primeiros tratamentos focavam nos sintomas, mas agora, há estudos em andamento para modificar a biologia da doença, atuando na via amiloide e na proteína tau. Um exemplo promissor é o anticorpo monoclonal chamado gantenerumab, que, em testes preliminares, reduziu pela metade o número de participantes com mutações genéticas que desenvolveram sintomas de Alzheimer. Atualmente, grandes estudos de prevenção de fase três estão utilizando lecanemab e donanemab, tratamentos monoclonais ainda mais eficazes na eliminação de beta-amiloide. Essa trajetória demonstra que, ao contrário do que foi dito, a ciência não está parada na busca por soluções para essa condição desafiadora.
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