O Smartphone Dourado de Trump: Uma Fabricação Americana Impossível?

A família Trump está entrando no mercado de telefonia com o T1, um smartphone dourado que evoca um forte senso de patriotismo em sua campanha de marketing. No entanto, surge uma questão fundamental: como um smartphone moderno pode realmente alegar ser totalmente fabricado nos Estados Unidos?

Nas últimas décadas, a globalização permitiu que empresas escolhessem onde desenvolver e construir seus produtos, que posteriormente são enviados para os EUA. Os chips mais avançados para smartphones são produzidos em Taiwan, independentemente da marca do telefone. A montagem dos melhores telefones ocorre principalmente na China, Índia ou Vietnã, enquanto as telas frequentemente vêm da Coreia. Embora o vidro utilizado em alguns smartphones seja fabricado nos EUA, e a areia utilizada na produção de chips de silício também seja extraída localmente, a grande maioria dos smartphones encontrados nos Estados Unidos são produtos de fabricação global. A ideia de um telefone Trump totalmente americano parece tão distante quanto a promessa de enriquecer todos os americanos.

O Trump T1 possui especificações razoáveis para seu preço de US$499: uma tela AMOLED de 6,8 polegadas, 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. Seu conjunto de câmeras traseiras inclui uma câmera principal de 50 MP, um sensor de profundidade de 2 MP e uma lente macro de 2 MP. Curiosamente, a lista de especificações não menciona o processador, o que pode ser um erro ou uma omissão intencional, já que quase todos os processadores de smartphones são fabricados no exterior. Analistas sugerem que o Trump T1 pode ser uma versão modificada do Revvl 7, um telefone Android de US$200 fabricado pela Wingtech, uma empresa chinesa parcialmente estatal. Outra possibilidade é o Coolpad X100, um modelo similar com especificações comparáveis e também fabricado na China. Don Jr. e Eric Trump afirmam que o T1 será eventualmente fabricado nos EUA, mas essa promessa levanta questões sobre as regulamentações da Federal Trade Commission (FTC) sobre alegações de fabricação americana. Todd Weaver, CEO da Purism, uma empresa americana que produz seu próprio sistema operacional, ressalta as rigorosas regulamentações da FTC sobre a rotulagem de produtos e a origem do país, explicando que a Purism usa a etiqueta ‘Made in America Electronics’ para seu telefone Liberty, já que nem todos os componentes podem ser fabricados nos EUA. Fabricar um smartphone inteiramente nos EUA é uma tarefa praticamente impossível. A Apple, por exemplo, monta computadores Mac Pro no Texas, mas eles são rotulados como ‘Projetados na América’ e ‘Produto da Tailândia’ com ‘Montagem Final na América’.

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