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O filme Nightbitch, dirigido por Marielle Heller e estrelado por Amy Adams, aborda a experiência da maternidade de forma visceral e não convencional. A protagonista, “Mãe”, passa por uma transformação física e emocional, refletindo a intensidade e a complexidade desse período da vida feminina. A trama explora a raiva animalística sentida por muitas mães que se sentem subjugadas em uma sociedade patriarcal, mergulhando nas dificuldades e na solidão que muitas vezes acompanham a criação de filhos.
Além da exploração da maternidade, Nightbitch se destaca por quebrar tabus e desafiar padrões de beleza impostos à mulher. O filme apresenta uma representação realista e sem julgamentos da pelugem corporal feminina, mostrando a protagonista aceitando seus pelos faciais como parte natural de sua transformação física e hormonal. Essa abordagem inovadora é crucial para normalizar a presença de pelos em mulheres, particularmente para aquelas com Síndrome do Ovário Policístico (SOP), condição que afeta grande parte da população feminina e muitas vezes causa o crescimento excessivo de pelos.
A decisão da diretora de mostrar o crescimento de pelos faciais em Amy Adams, inclusive com a atriz deixando crescer os próprios pelos para o papel, demonstra uma postura ousada e necessária para desafiar os padrões estéticos muitas vezes irreais e prejudiciais à saúde mental das mulheres. A aceitação da personagem em relação a essas mudanças corporais é um ato de libertação, mostrando que a beleza feminina vai muito além dos padrões de beleza impostos pela sociedade.
Além dos pelos, o filme também apresenta uma representação autêntica do sangue menstrual, quebrando mais um tabu relacionado ao corpo feminino. A naturalidade com que a cena é retratada serve para normalizar algo intrínseco à experiência das mulheres e promover uma conversa mais aberta e sem constrangimento sobre o tema.
Em resumo, Nightbitch é um filme que se destaca pela sua abordagem honesta e não-conformista sobre a maternidade e a beleza feminina, buscando quebrar tabus e promover a aceitação do corpo em sua naturalidade, contribuindo para uma representação mais inclusiva e realista da experiência das mulheres na mídia.
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